sábado, 25 de abril de 2009

Albergaria literaria da Rose

Assim como a meio caminho entre o céu e a terra moram as bruxas e assim como fadas, magos e duendes moram nas florestas, moro tão protegida por serras, especialmente pelos contrafortes da serra do Espinhaço e a serra do Gado Bravo, que o horizonte não me é possível ser visualizado.
A literatura, ela é quem tem me possibilitado teimar e deslocar-me nesse horizonte impossível... Acostumei assim, a exercer o que aprendi com Rubem Alves: "polimórficos gozos literários". Tudo começou com os contos de fadas. Mas precisamente "A Bela Adormecida" foi quem me fez sonhar, e, emprestando da Alice Ruiz, dentro do meu sono, meu corpo se descobriu sem dono. Na minha adolescência, Titú, uma tia fascinada por livros e que declamava poesias como quem mexe um caldeirão de palavras, foi quem me apresentou a Érico Veríssimo, José Mauro de Vasconselos, Zélia Gattai, Exuperry, Gibran, Hermann Hesse, Jorge Amado...E enquanto a escola me aborrecia com o fastidium literário, foi com o amigo Keu, que saboreei um outro estilo de leitura tais como, romances espíritas, fotonovelas da revista Capricho, gibis do tio Patinhas, filmes no, hoje extinto Cine São José, e, na televisão, ainda em preto e branco, devaneava-me com Alain Delon, Débora Kerr, Romy Schneider, Sphia Loren, Warren Beaty, Marlon Brando, Tyrone Power, Jhon Weiner, Anthony Quinn, Julie Christie... Aí veio o grupo de jovens e o grupo de jovens irreverentemente me apresentou Cecília Meireles, Paulo Freire, Carlos Castanêda, Karl Max, Geroge Orwel, Máximo Gorki, Antônio Callado, Ariano Suassuna,...ouvia Mercedes Sosa, Joan Baez, Quinteto Violado, Milton Nascimento, Geraldo Vandré...Chegou a Universidade, e eu já inquietamente endurecida “...sin perder la ternura jamás”, desnudei-me agora com Foucault, Deleuze e Guatarry, Goethy, Authusser, Sócrates e Platão, Nietzsche ( o preferido), Henfil, Walt Disney, Quino... E hoje todos eles existem em mim. É em suas companhias que estou sempre a tomar um "aperitivo" em meu albergue literário onde moram muitos dentro de mim. Guimarães Rosa, Chico Buarque, Garcia Marques, Rubem Alves, Barthes, São Francisco de Assis, Fernando Pessoa, Adélia Prado, Leminski, Hilda Hilsti, Thomas Mann, Albert Camus, Markus Zusak, Mário Quintana... ele, o preferido de todos que é o meu Manoel de Barros, o poeta das coisas desimportantes. Mas, nenhum como Jesus, o próprio amor.

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